Salmo 14
2. O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.
3. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um.
4. Não terão conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais comem o meu povo, como se comessem pão, e não invocam ao SENHOR?
5. Ali se acharam em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos.
6. Vós envergonhais o conselho dos pobres, porquanto o SENHOR é o seu refúgio.
7. Oh, se de Sião tivera já vindo a redenção de Israel! Quando o SENHOR fizer voltar os cativos do seu povo, se regozijará Jacó e se alegrará Israel.
Entenda o Salmo
TÍTULO
Este poema admirável tem um título simples: "Para o mestre da música. Por Davi". A dedicatória ao mestre da música encabeça cinqüenta e três salmos e indica claramente que tais salmos visavam, não apenas o uso particular de crentes, e sim serem cantados nas grandes assembléias pelo coro, cujo mestre era o supervisor ou o superintendente, chamado em nossa versão "o músico mestre", e por Ainsworth, "o mestre da música". Vários destes salmos têm pouco ou nenhum louvor, e não se dirigiam diretamente ao Altíssimo, contudo, deviam ser cantados em culto público, o que indica que a teoria de Agostinho, reavivada recentemente por certos criadores de hinários, de nada ser cantado a não ser louvor, é muito mais ilusório do que bíblico. Não só a Igreja antiga entoava como cantochão a doutrina santa e oferecia oração entre seus cânticos espirituais, mas mesmo as notas lamentosas de queixas eram colocadas em sua boca pelo doce cantor de Israel, inspirado por Deus. Algumas pessoas se agarram a qualquer minúcia com uma falsa aparência de correto, e se deleitam de serem mais precisos do que outras; não obstante, será para sempre o modo de homens simples, não só o de magnificar o Senhor em cânticos sagrados, como, segundo o preceito de Paulo, o de ensinar e admoestar uns aos outros em salmos e hinos e cânticos espirituais, cantando com graça em seus corações ao Senhor.
Como nenhum título que o distinga é dado a este salmo, sugerimos como ajuda à memória, o título COM RESPEITO AO ATEÍSMO PRÁTICO. As muitas conjecturas quanto à ocasião na qual foi escrito são tão completamente sem fundamento, que seria perda de tempo mencioná-las. O apóstolo Paulo, em Romanos 3, mostrou que o desígnio geral do escritor inspirado é mostrar que tanto judeus como gentios estão todos sob o pecado; não havia razão nenhuma, portanto, de se fixar qualquer ocasião histórica em particular, quando toda a história cheira mal com provas terríveis de corrupção humana. Com alterações edificantes, Davi nos deu, no salmo 53, uma segunda edição deste salmo humilhante, sendo movido pelo Espírito Santo a declarar assim duplamente uma verdade que é sempre desagradável a mentes carnais.
DIVISÃO
O credo tolo do mundo (versículo 1); sua influência prática em corromper a moral, 1, 2, 3. As tendências perseguidoras de pecadores, 4; seus alarmes, 5; sua zombaria dos piedosos, 6; e uma prece pela manifestação do Senhor para alegria de seu povo.